terça-feira, 30 de março de 2010

Garoto-propaganda da Telefônica, Marcelo Tas recebe críticas durante pane


MARINA LANG
colaboração para a Folha Online

O Speedy, serviço de internet banda larga da Telefônica, está em colapso nesta semana. Ato contínuo: Marcelo Tas, apresentador, blogueiro e garoto-propaganda da empresa, recebe dezenas de críticas e comentários enviesados pela internet. Até a publicação desta reportagem, já foram por volta de 50 mensagens só pelo Twitter.

A pane da conexão da Telefônica, que já dura pelo menos cinco dias, afetou milhares de internautas. Manifestações associadas a Tas contra o serviço da empresa ocorrem tanto na caixa de comentários do blog do jornalista quanto no seu perfil de microblog.

Cobranças diretas ("Ei, Marcelo Tas, quando volta meu Speedy?"), insinuações ("E ainda há quem sucumba a fazer tweet pago pra Tele(a)fônica") e ironias ("A Telefônica anda merecendo um 'Proteste Já' [quadro do "CQC"]. Mas algo me diz que o Marcelo Tas não vai fazer") relativas à pane se espalham pelo serviço de microblog.

Reprodução

Na página do Speedy, "Marcelo Tas está cheio de dicas para você"; no Twitter, jornalista recebe críticas

No Twitter e no site do Speedy, Tas faz propaganda do serviço Xtreme, um pacote de TV fechada, telefone e internet por fibra óptica da companhia espanhola. Ele diz que ligar sua imagem à pane da empresa não passa de "manipulação" --Tas tem mais de 29 mil seguidores por lá e destaca que, por comparação, o universo de críticos é "insignificante".

Os internautas só ficaram sabendo que ele estava fazendo propaganda para divulgar um serviço da Telefônica após o diário econômico norte-americano "The Wall Street Journal" publicar uma reportagem mostrando que ele tinha sido contratado pela empresa para fazer "tweets" (mensagens de até 140 caracteres) citando o serviço Xtreme.

"Senti a reação caipira de algumas pessoas em ver isso como algo venal, de que estou vendendo um serviço", disse Tas, à época. Ele se referia às críticas de alguns internautas de que teria "se vendido". Para Daniel Castro, jornalista da Folha que assina a coluna "Outro Canal", Tas afirmou que não acha ético que jornalista faça propaganda disfarçada. "Mas não é absolutamente isso o que estou fazendo", rebateu.

A Folha Online entrou em contato com Marcelo Tas ontem. "Eu não estou sendo alvo de críticas. Isso é você que está dizendo. Algumas pessoas mal-informadas que estão fazendo essa confusão, mas a maioria das pessoas não está falando isso", disse. Tas ressaltou que a Telefônica é patrocinadora do "CQC", mas nem por isso associam o integrante Rafinha Bastos à deficiência dos serviços prestados pela companhia.

"Tenho tudo isso registrado. Essa tese, para mim, é totalmente manipuladora. Eu tenho elas [as mensagens] aqui. Eu avaliei e é insignificante."

Tas disse ainda que não é porta-voz "nem da Telefônica, nem da Pepsi, nem da Skol, de nenhum dos patrocinadores", e que, portanto, não tem "nada a dizer" sobre a pane do Speedy.

A Telefônica, que lidera pelo terceiro ano consecutivo o ranking de reclamações fundamentadas pelo Procon, diz que prefere não se manifestar sobre esta reportagem.

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