sábado, 4 de junho de 2011

RIM perde mais mercado para Apple e Google nos EUA

TORONTO (Reuters) - A Research In Motion perdeu mais market share para a Apple e para o Google no competitivo mercado de smartphones dos Estados Unidos, mostrou um relatório, e duas corretoras cortaram seus preços-alvo para a fabricante do BlackBerry com preocupações de que ela não possa mais acompanhar o ritmo do setor.

Enquanto a participação de mercado da plataforma Android, do Google, saltou para 36,4 por cento e a fatia do iPhone da Apple avançou para 26 por cento, o market share da RIM caiu de 30,4 por cento no trimestre anterior para 25,7 por cento, segundo relatório da comScore. Os dados fizeram a RIM cair da segunda para a terceira posição no setor.

O esforço da fabricante canadense para se manter na competição não deve ficar mais fácil. Espera-se que o serviço iCloud, da Apple, vá prejudicar a RIM, afirmou o analista Shaw Wu, da Sterne Agee, em nota.

A UBS cortou seu preço-alvo para a ação da empresa citando temores quanto ao aumento da competição e a incerteza sobre a afinação do lançamento dos produtos da RIM com o momento do mercado.

A Sterne Agee, outra corretora a cortar seu preço-alvo para os papéis da companhia, disse que o lançamento do iCloud pode resultar em alguns danos colaterais para a RIM.

A ação da RIM perdeu mais de 40 por cento de seu valor desde uma máxima pouco acima de 70 dólares em fevereiro. Elas caíam 3,37 por cento às 17h28, a 38,15 dólares, pela primeira vez abaixo de 40 dólares desde março de 2009.

(Reportagem de Alastair Sharp em Toronto e Siddharth Cavale em Bangalore)


Presidente do Google diz que a empresa tem disciplina financeira

Por Alexei Oreskovic e Noel Randewich

CALIFÓRNIA/SAN FRANCISCO (Reuters) - O Google gasta seu dinheiro com prudência mesmo apostando em projetos "especulativos" como carros que se dirigem sozinhos, afirmou o presidente-executivo Larry Page em seu pronunciamento mais longo desde que assumiu o cargo, há dois meses.

"Somos muito cuidadosos com o dinheiro de acionistas", disse Page no encontro anual de acionistas da empresa na quinta-feira. "Nós começamos, lembrem-se, como uma empresa de garagem, e somos muito cuidadosos com nossos gastos", disse.

Os investimentos do Google têm sido o foco de investidores que se preocupam que eles possam reduzir as margens de lucro da empresa. Page, que co-fundou o Google quando era universitário há mais de uma década, tinha a reputação de defender projetos ambiciosos com retornos incertos, como a digitalização de livros de bibliotecas.

A performance da ação do Google ficou abaixo da do mercado em 2010 e acumula queda de quase 16 por cento desde que a companhia afirmou em janeiro que Page substituiria Eric Schmidt como presidente-executivo.

Page irritou investidores novamente ao fazer sua estreia no cargo em abril e falar por apenas alguns minutos antes de sair de uma teleconferência sobre os resultados trimestrais da companhia.

Falando para acionistas na sede do Google na quinta-feira, Page deu um relatório positivo sobre o progresso de vários negócios do Google, como os smartphones com o sistema Android.

Ele disse que a companhia alcançou uma série de metas desde a mudança administrativa que o colocou no cargo, particularmente em termos da aceleração do ritmo das operações da companhia.

Em referência aos recentes ataques a contas de usuários do Gmail revelado pela empresa na quarta-feira, Page afirmou que o incidente não resultou de uma falha de segurança do Google, mas do roubo de senhas. E disse que a tecnologia de computação em nuvem na qual o Google se baseia ajudou a empresa a detectar os ataques e ajudaria a empresa a melhorar sua segurança.

Pesos pesados dos videogames buscam recomeço na E3

Por Liana B. Baker

NOVA YORK (Reuters) - Voltas por cima serão a trama dominante da Electronic Entertainment Expo (E3), a feira anual na qual o setor de videogames exibe variedade espantosa de novos jogos, consoles e aparelhos variados, e que começa na semana que vem.

Cerca de 45 mil jornalistas, profissionais do setor e analistas estarão em Los Angeles para a conferência E3, que ocupará um espaço equivalente a oito campos de futebol.

A conferência deste ano, que se estenderá de 7 a 9 de junho, começa em um momento no qual o setor está tentando se adequar ao rápido crescimento dos jogos online e para celulares, e no qual dois de seus baluartes se veem em situação insegura.

A Nintendo, que vinha liderando as vendas de hardware, luta para conquistar usuários junto à Microsoft e Sony, e teve resultados decepcionantes com o lançamento de seu portátil 3DS. Em um esforço para retomar a liderança, ela exibirá um novo console de videogame.

A Sony, enquanto isso, tentará apagar a mancha causada por uma violação de dados que expôs informações pessoais de mais de 100 milhões de usuários de sua rede online de videogames.

Ambas as companhias japonesas realizarão entrevistas coletivas antes da abertura oficial da E3, na terça-feira.

A Nintendo até o momento divulgou poucos detalhes sobre o novo aparelho, mas ele deve oferecer recursos gráficos de alta definição, um controlador especial, sensores de movimentos e tecnologia que permitirá que execute jogos antigos da companhia.

A introdução de um novo console para a casa, o primeiro em cinco anos, pode reanimar o setor mundial de videogames, que vem enfrentando dificuldades apesar de movimentar 65 bilhões de dólares ao ano, disseram executivos do setor.

"Considero o lançamento de um novo aparelho da Nintendo como positivo para o setor, porque força todo mundo a apresentar melhor desempenho", disse Yves Guillemot, presidente-executivo da produtora de videogames francesa Ubisoft. "Isso forçará Microsoft e Sony a agirem", disse.

A Sony lançou o PlayStation 3 em novembro de 2006, enquanto a Microsoft lançou o Xbox em novembro de 2005. Os dois consoles têm vendas firmes e nenhuma das duas fabricantes anunciou planos imediatos para novos sistemas, diferentemente da Nintendo.

Para atualizar seus consoles, Sony e Microsoft lançaram novos controladores dotados de sensores de movimentos, que permitem que os usuários se vejam dançando ou praticando esportes em suas telas de TV.

HACKERS

A Sony enfrenta tipo diferente de obstáculo depois de um ataque de hackers em abril. Desde que ele ocorreu, os críticos vêm atacando a empresa por não proteger bem suas redes e por ter esperado uma semana antes de alertar aos clientes cujos dados podem ter sido comprometidos.

O sistema online de videogames da Sony, a PlayStation Network, passou cerca de três semanas desativado, e algumas de suas partes ainda não voltaram a funcionar em alguns países. Legisladores, autoridades regulatórias e a polícia de diversos países estão investigando os ataques.

Há pouca chance de que a Sony escape às consequências do ataque durante a E3.

"A apresentação da Sony terá de incluir um mea culpa quanto aos ataques e reassegurar os clientes de que suas informações estão seguras", disse Eric Handler, analista da MKM Partners. "Não vão poder varrer a situação para baixo do tapete."

Quando conseguir desviar as atenções do ataque, o foco da Sony será divulgar seu novo portátil, o Next Generation Portable, ou NGP, que ainda não foi lançado. O esguio aparelho dotado de tela sensível a toques de cinco polegadas dispõe de conexões WiFi e 3G e câmera frontal e traseira. A Sony deve divulgar detalhes do preço, data de lançamento e títulos que estarão disponíveis para o NGP, durante o evento.

Outro tema dominante da E3 serão os jogos online. Trata-se de uma ampla game de títulos jogados na Internet, especialmente no Facebook, via computador, console ou celular e tablet. Os jogos online e digitais gerarão receita de até 18 bilhões de dólares este ano, 15 por cento acima do ano passado, de acordo com a DFC Intelligence.

A Electronic Arts Inc anunciou na sexta-feira o lançamento de um serviço online de jogos chamado "Origin", que permitirá que consumidores comprem e baixem jogos online diretamente dele, bem como acompanhem todos os seus jogos em diferentes plataformas.

"Battlefield 3" e "FIFA 12", dois títulos importantes da companhia, estarão disponíveis no Origin quando o serviço chegar ao mercado.

(Reportagem adicional de Isabel Reynolds em Tóquio)

Ataques de hackers ameaçam perspectivas da computação em nuvem

Por Clare Jim e Lee Chyen Yee

TAIPÉ (Reuters) - Os recentes ataques de hackers contra o Gmail e a PlayStation Network, da Sony, ameaçam reduzir a velocidade de decolagem da nova grande tendência no mundo da computação, a nuvem.

As companhias de computação vão colaborar para tratar de questões de segurança que estimulem a confiança do mercado sobre a computação em nuvem. A tecnologia envolve armazenagem de dados e software em servidores para acesso pelos usuários via Internet. O sistema é tem grande apelo no mercado empresarial, cujas potenciais dimensões são muito maiores do que as do mercado de varejo.

"Muitas empresas têm reservas quanto à segurança da computação em nuvem devido à arquitetura para múltiplos inquilinos e ao fato de que os provedores de serviços em nuvem são grandes alvos", disse Steve Hodgkinson, diretor de pesquisa de tecnologia da informação no grupo de pesquisa britânico Ovum.

"A realidade, porém, é a de que os principais fornecedores de serviços de computação em nuvem têm forte incentivo para investirem nos mais recentes processos e tecnologias de segurança, e é provável que sejam mais seguros que as empresas", disse.

A segurança é uma questão importante no mundo da computação. Hackers invadiram as contas da Sony e promoveram ataques contra empresas de destaque, entre as quais a Lockheed Martin, do setor de defesa, e o Google, e supostamente tiveram origem na China.

As preocupações quanto à segurança podem retardar o crescimento do mercado da computação em nuvem, que este ano deve atingir os 3,2 bilhões de dólares somente na Ásia, ante 1,87 bilhão no ano passado, enquanto o mercado mundial poderia atingir os 55 bilhões de dólares até 2014, de acordo com estimativas do grupo de pesquisa de tecnologia IDC.

Analistas e especialistas setoriais acreditam que a segurança instalada no hardware oferece mais proteção do que o software protegido por cifragem confere aos servidores. Enquanto isso, os fabricantes de chips estão se esforçando por reforçar seus sistemas de autenticação.

"Temos que fazer uma combinação de coisas como criar mais e mais dispositivos de segurança na infraestrutura", disse Boyd Davis, vice-presidente na Intel, falando durante a Computex, em Taipé, nesta semana.

A Intel tem trabalhado desde o final do ano passado com empresas de software e de computadores incluindo Fujitsu, Huawei, Cisco, Dell, IBM e HP, em uma iniciativa entre indústrias direcionada a tornar a infraestrutura em nuvem mais simplificada, segura e eficiente.

Enquanto isso, ARM e AMD, rivais da Intel, também estão inserindo mais sistemas de segurança em seus chips e processadores, mas estão trabalhando com diferentes parceiros.

Se houvesse um padrão aberto a ser seguido, isso poderia ajudar a indústria de tecnologia a criar um sistema de computação em nuvem mais seguro, segundo a AMD.

"Se você não tem um padrão aberto, você poderá ter segurança de uma certa maneira e eu posso fazer algo que não seja compatível e as aplicações poderão não conseguir conversar entre si", disse Manju Hegde, vice-presidente corporativo da AMD.

Anatel aprova consulta pública sobre novas regras de TV a cabo

SÃO PAULO, 3 de junho (Reuters) - A Agência Nacional de Telecomunicações anunciou no final da quinta-feira que aprovou proposta de consultas públicas para novas regras para o setor de TV a cabo. Pelas propostas, novas outorgas poderão ser entregues a qualquer interessado, eliminando limites para a concessão de licenças.

As consultas começam em 7 de junho, com prazo de 40 dias, e foram aprovadas depois que a agência autorizou no final de novembro nova regulamentação para serviços de TV por assinatura, que removeu restrições como limitação do número de concorrentes por municípios.

"A Anatel decidiu atualizar o marco regulatório para suprir lacunas existentes na regulamentação atual e criar um mercado mais flexível e permeável ao ingresso de novos competidores, em um ambiente de convergência de serviços e interatividade", afirma a agência em comunicado.

"A proposta aprovada adotou como preceitos básicos que a TV a cabo é um serviço de interesse coletivo, prestado no regime privado, resguardadas as especificidades da lei de tv a cabo, outorgado mediante autorização", acrescenta a agência.

Apesar de eliminar barreiras a novas licenças, a agência propõe mecanismos condicionantes para empresas com poder de mercado significativo, como as companhias de telecomunicações, que terão de estender a infraestrutura do serviço por um número mínimo de domicílios em suas áreas.

Também na quinta-feira, a agência aprovou proposta para o Plano Geral de Metas para a Universalização do Serviço Telefônico Fixo Comutado (PGMU) para o período de 2011 a 2015. O plano passará ainda pelo conselho consultivo da agência e deverá ser enviado ao ministério das Comunicações, que o encaminhará para aprovação da Presidência via decreto.

Segundo a agência, "um dos grandes eixos da proposta do novo PGMU é estender o atendimento telefônico individual e coletivo a cerca de 30 milhões de brasileiros distribuídos em aproximadamente 8 milhões de domicílios rurais (...) Estima-se que a oferta de acesso individual alcance mais de 80 por cento dos domicílios rurais até 2015, com o emprego de tecnologias sem fio".

(Por Alberto Alerigi Jr.)

Senado dos EUA bloqueia regularmente ataques pela Internet

Por David Morgan

WASHINGTON (Reuters) - O Senado norte-americano é alvo de dezenas de milhares de tentativas de invasões de hackers mensalmente, mas não parece ter sido atingido pelos ataques a contas privadas do Gmail, afirmou uma autoridade nesta sexta-feira.

O responsável pela segurança no Senado Terrance Gainer, que monitora a segurança na Internet de 100 de senadores e milhares de seus subordinados, afirmou em entrevista que firewalls e outras medidas de segurança preveniram quaisquer invasões ao sistema do Senado por meio de computadores individuais.

"É uma batalha sem fim, pois sabemos que nossos adversários estão constantemente tentando passar por nossos firewalls. E eles não foram bem sucedidos", disse à Reuters.

Os comentários de Gainer foram feitos dias após o Google afirmar que detectou e interrompeu uma tentativa de invasão com origem na China, cujo objetivo era roubar senhas de centenas de usuários do serviço de e-mails Gmail, incluindo as de importantes autoridades do governo norte-americano, ativistas chineses e jornalistas.

A notícia fez com que autoridades do país se apressassem para avaliar se sua segurança havia sido comprometida. O Departamento de Estado dos EUA pediu nesta sexta-feira que Pequim investigue as alegações.

"Não estou ciente de nenhuma ação do tipo tendo o Senado como alvo", disse Gainer. "Mas nesse negócio, nesse jogo, isso não me surpreenderia."

Como a Câmara dos Representantes dos EUA, o Senado exerce um controle amplo de órgãos do Executivo e departamentos que abastecem os formuladores de políticas com informações altamente confidenciais, envolvendo operações de espionagem militar ou clandestina, dados sobre