terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Influência do Googlephone importa mais que as vendas

Influência do Googlephone importa mais que as vendas
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009 12:59

Por Robert Cyran
NOVA YORK, 14 de dezembro (Reuters) - O Googlephone está chegando. O Google está ampliando seus esforços para subverter o mercado de telefonia móvel ao lançar uma celular projetado pela empresa e que no momento está em teste entre seus funcionários.
O interesse do gigante das buscas em vendê-lo sem o subsídio das operadoras significa que o aparelho, produzido pela taiuanesa HTC, provavelmente não será grande sucesso. Mas representa um importante exemplo sobre o que se pode fazer com o sistema operacional Android desenvolvido pela empresa para celulares.
Os celulares sem subsídios jamais venderam bem nos Estados Unidos. Com base nos custos de outros celulares inteligentes, o aparelho do Google deve ter preço de entre 500 e mil dólares.
Os consumidores não gostam de desembolsar quantias elevadas como essa à vista, mas apreciam aparelhos novos e atraentes. Por isso, as operadoras normalmente subsidiam a venda desses modelos, com o usuário aceitando pagar menos em troca de aceitar um contrato com duração de alguns anos.
Além disso, vender celulares desbloqueados é um problema devido aos diferentes padrões e frequências das redes. Por exemplo, um celular que funcione em velocidade altíssima na rede da T-Mobile provavelmente rastejará na da AT&T.
Por que, então, o Google consideraria essa ideia? Talvez algumas pessoas estejam cansadas de rivais como o iPhone, e não liguem para preços. Outros consumidores podem decidir fazer as contas e descobrir que sai mais barato pagar pelo aparelho à vista. Ou talvez uma combinação entre serviços gratuitos do Google e alguma forma de subsídio pela empresa torne seus preços competitivos.
O mais provável, porém, é que o Googlephone represente um esforço para influenciar percepções.
As operadoras de telefonia móvel têm considerável influência sobre o design de celulares. Afinal, são elas que fazem grandes pagamentos aos fabricantes de equipamentos para prenderem assinantes aos seus serviços via celulares subsidiados.
Elas têm pouco interesse em prover telefonia ou mensagens de texto gratuitas via Internet, porque isso ameaçaria seus serviços de alta lucratividade e baixo uso de banda.
Já o interesse do Google é o oposto, e o Googlephone é uma oportunidade de mostrar que o sistema operacional e coleção de aplicativos gratuitos da empresa funcionam muito bem juntos, sem uma operadora que atrapalhe.
Com isso, como chamariz, o celular pode ser efetivo. Se os consumidores contarem com telefones móveis que funcionem essencialmente como verdadeiros computadores, os aparelhos serão produzidos. Assim, o Google vai se beneficiar, já que a demanda por busca crescerá e com ele o lucrativo mercado de publicidade vinculada à localização do usuário.
Para o Google, o sucesso pode não ser melhor medido apenas pelo número de celulares vendidos.
(Robert Cyran é colunista da Reuters. As opiniões aqui expressas são de responsabilidade dele.)

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