quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Mídia chinesa critica os EUA devido a disputa com o Google



A mídia estatal da China reforçou sua guerra verbal aos Estados Unidos devido ao controle que o governo chinês exerce sobre a Internet, na terça-feira, e importantes jornais alegaram que existe uma conspiração norte-americana e que a China pode viver sem o Google.
REUTERS/Jason Lee 26/01/2010


Mídia chinesa critica os EUA devido a disputa com o Google
terça-feira, 26 de janeiro de 2010


Por Ben Blanchard
PEQUIM (Reuters) - A mídia estatal da China reforçou sua guerra verbal aos Estados Unidos devido ao controle que o governo chinês exerce sobre a Internet, na terça-feira, e importantes jornais alegaram que existe uma conspiração norte-americana e que a China pode viver sem o Google.
O Ministério do Exterior chinês, no entanto, também, sinalizou que não deseja que a disputa escape ao controle, afirmando que a estabilidade recente no relacionamento entre China e EUA havia sido "criada com muito esforço".
Duas semanas atrás, o maior serviço mundial de buscas, Google, ameaçou fechar seu portal chinês Google.cn e se retirar do mercado da China, mencionando problemas de censura e um ataque sofisticado por hackers do país. Mas, enquanto isso, continua a censurar o conteúdo delicado que fornece.
O governo norte-americano do presidente Barack Obama apoiou as críticas do Google e, na última quinta-feira, a secretária de Estado Hillary Clinton instou a China a abandonar a censura sobre a Internet e investigar as ações dos hackers, que alguns especialistas alegam podem ter sido orquestradas por Pequim.
Depois de começar rebatendo de maneira contida as críticas do Google e de Washington, autoridades chinesas e a mídia estatal do país agora estão expressando fortes críticas, no que parece ser uma campanha coordenada de reação.
O principal jornal do país alertou que a disputa sobre a Internet está prejudicando as relações bilaterais mais amplas --que também sofreram devido a disputas cambiais e comerciais, à venda de armas norte-americanas para Taiwan, e à possibilidade de que o presidente Obama receba o Dalai Lama, definido por Pequim como separatista.
"Essas declarações e ações desconsideram a realidade e prejudicam a imagem nacional da China, e prejudicam o desenvolvimento saudável e estável do relacionamento entre a China e os EUA", afirmou o China Daily, o jornal do Partido Comunista, que governa a China, na terça-feira.
"Não é difícil ver a sombra do governo norte-americano por trás da politização dessa questão do Google", acrescentou o jornal.
(Reportagem adicional de Chris Buckley, Lucy Hornby e Yu Le)

Nenhum comentário:

Postar um comentário