sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

China defende censura após ameaça do Google de abandonar o país



China defende censura após ameaça do Google de abandonar o país.
REUTERS/Robert Galbraith


China defende censura após ameaça do Google de abandonar o país
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010


Por Chris Buckley e Lucy Hornby
PEQUIM (Reuters) - A China defendeu seu extenso regime de censura e descartou as alegações quanto a ataque de hackers, alertando as empresas a não tentar escapar ao controle estatal da Internet, depois que o gigante norte-americano das buscas, Google, ameaçou abandonar o país.
A disputa com o Google pode alimentar as tensões entre China e Estados Unidos, que já estão em desacordo quanto ao valor da moeda chinesa --o iuan--, as vendas de armas norte-americanas a Taiwan e a política para controle das mudanças do clima. O caso atraiu atenção às ações de hackers e aos controles sobre a Internet que, segundo o Google, vêm sufocando suas operações na China.
O desafio do Google a Pequim surge enquanto empresas estrangeiras expressam crescente frustração quanto ao ambiente para negócios na China, ainda que o crescimento econômico chinês supere o do restante do mundo.
O Google, maior serviço mundial de buscas na Internet, disse que pode fechar seu site em chinês, o google.cn, e seus escritórios no país, depois que um ataque de hackers originado da China, e que também tomou outras companhias como alvo, foi dirigido a ativistas de direitos humanos que usam o serviço de e-mail Gmail da empresa.
O Google vem enfrentando dificuldades para concorrer com a Baidu, líder do mercado chinês de buscas online. A companhia disse que discutirá com o governo da China meios de oferecer um serviço de buscas sem filtragem de resultados, ou abandonará o país.
Mas o ministro Wang Chen, do Conselho Estatal da Informação chinês, disse que as empresas de Internet deveriam ajudar o governo de partido único a conduzir a sociedade em rápida mutação do país, que hoje conta com 360 milhões de usuários de Internet, o maior total mundial.
Wang Chen não mencionou o Google diretamente, mas seus comentários sugeriram que não há muita margem para compromisso na briga sobre a liberdade da Internet.
"Nosso país está em estágio crucial de reforma e desenvolvimento, e este é um período de conflitos sociais fortes", disse ele, cujos comentários foram postados no site do conselho. "Orientar devidamente a opinião na Internet é uma medida importante para proteger a segurança das informações na Internet", completou.
(Reportagem adicional de Jimmy Guan, Ben Blanchard e Benjamin Kang Lim em Pequim e Melanie Lee em Xangai)

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