quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Google ameaça deixar China devido à censura


A bandeira nacional da China tremula na frente da sede do Google em Pequim, 13 de janeiro de 2010. O Google disse que pode sair da China porque não quer mais aceitar a censura nos seus resultados de busca, sendo que o país é o maior mercado de Internet em número de usuários.

REUTERS/Jason Lee

Google ameaça deixar China devido à censura
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010 10:23
Melanie Lee e Alexei Oreskovic
XANGAI/SAN FRANCISCO, 13 de janeiro (Reuters) - O Google fez uma ameaça chocante de deixar a China, maior mercado mundial de Internet em número de usuários, depois que hackers invadiram contas de email de ativistas dos direitos humanos.

O anúncio do Google surgiu em meio a crescentes tensões entre China e Estados Unidos quanto à liberdade da Internet. A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, deve anunciar na semana que vem uma política de tecnologia para ajudar cidadãos de todo a acessarem a Web sem censura.

A China conta mais de 350 milhões de internautas e um mercado de buscas online com movimento anual de mais de 1 bilhão de dólares.

Apesar de seus atrativos, as empresas que desejem operar no país precisam acatar rígidas regras de censura que proíbem a discussão ou exibição de páginas sobre tópicos delicados que variam da independência do Tibete ao proscrito movimento religioso Falun Gong.

Em seu mais recente entrevero chinês, o Google anunciou ter descoberto um sofisticado ataque às contas de email de ativistas dos direitos humanos na China que usam o seu serviço Gmail, e que mais de 20 outras empresas haviam sofrido ataques semelhantes.

"Essas ataques e a vigilância descoberta, combinados às tentativas de limitar ainda mais a liberdade de expressão na Web, nos últimos 12 meses, nos levam a concluir que devemos revisar a viabilidade de manter operações na China", anunciou em comunicado o vice-presidente jurídico do Google, David Drummond.

"Reconhecemos que isso bem pode significar o fechamento do Google.cn e possivelmente nossos escritórios na China", afirma o texto.

A China é um dos poucos mercados em que o Google não lidera; a empresa detém 30 por cento do mercado e é a segunda colocada atrás da Baidu, que responde por 60 por cento das buscas chinesas na Web.

As ações do Google caíram em 1,3 por cento em transações posteriores ao fechamento dos pregões, com a notícia de que a empresa pode sair da China, enquanto as da Baidu subiam em 6,8 por cento. As ações da Sina, outra empresa chinesa de buscas, subiram em 1,3 por cento.

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