sexta-feira, 30 de outubro de 2009

France Telecom tem alta de custos depois de suicídios

France Telecom tem alta de custos depois de suicídios
quinta-feira, 29 de outubro de 2009 10:35

Por Leila Abboud
PARIS, 29 de outubro (Reuters) - A France Telecom anunciou na quinta-feira que não antecipava melhora no faturamento para o quarto trimestre, e disse que as medidas tomadas para aliviar as tensões no relacionamento entre companhia e funcionários, depois de uma série de suicídios, poderiam custar até 1 bilhão de euros.
A terceira maior operadora europeia de telecomunicações, em termos de valor de mercado, sofreu um profundo abalo devido à recente crise de suicídios, que a forçou a congelar sua reestruturação na França até o final do ano e levou a mudanças nos quadros executivos.
Prejudicada pela queda dos gastos dos consumidores, decisões regulatórias desfavoráveis e impactos cambiais, a empresa anunciou queda superior à esperada nas vendas do terceiro trimestre, 6,4 por cento, e lucros mais baixos.
Mas ainda assim conseguiu manter relativamente estáveis as suas margens de lucro, por meio da redução de investimentos em redes de comunicações.
O diretor financeiro Gervase Pellissier disse que a crise de suicídios não havia afetado o faturamento da empresa na França, até o momento. Mas ele reconheceu que os números poderiam ser prejudicados caso o grupo viesse a incorrer em aumento de custos, nas negociações em curso com os sindicatos.
"Se decidirmos oferecer uma opção de trabalho em tempo parcial para os funcionários mais velhos, isso poderia resultar em provisão nas nossas contas de 2009, mas teria efeito positivo em anos subsequentes," ele disse.
Perguntado se os custos adicionais vinculados às medidas tomadas para acomodar os trabalhadores poderiam atingir a marca do bilhão de euros, Pellissier disse que "essa ordem de magnitude não difere fundamentalmente de nossa hipótese de trabalho."
Houve 25 suicídios entre funcionários da empresa, do começo de 2008 para cá.
Os sindicatos atribuem o problema às más condições de trabalho criadas por um esforço de racionalização das operações e corte de custos, empreendido pela France Telecom devido à queda de seu faturamento.

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