quinta-feira, 11 de março de 2010

Profissionais ensinam como melhorar o ato fotográfico

Profissionais ensinam como melhorar o ato fotográfico

DIEGO BRAGA NORTE

colaboração para a Folha de S.Paulo

Fáceis de usar e baratas, as câmeras digitais permitem que candidatos a fotógrafos produzam milhares de imagens e joguem no lixo outro tanto. A busca por melhores fotos passa por questões técnicas --como a escolha do modelo de câmera-- e até emotivas.
"Muitas vezes, é importante colocar a emoção à frente da razão. A sensibilidade e o instinto são importantes na fotografia", ensina a fotógrafa profissional Iolanda Huzak.
Laszlo Balogh-17.mai.09/Reuters
Procura por melhores fotografias passa por questões técnicas --como a escolha do modelo de câmera-- e até mesmo as emotivas
Outro reconhecido especialista, Araquém Alcântara corrobora a opinião de Iolanda. "Tem que ter nitidez e clareza na mente, visualizar a cena antes de sair clicando. (...) Como escreveu o Saramago [José, escritor português]: "Se puderes olhar, vê. Se podes ver, repara"."
Para ajudá-lo a ver e reparar, a Folha consultou alguns profissionais, que dão conselhos úteis ao amador. Eles foram unânimes em alguns pontos.
A quantidade de Mpixels de uma câmera definitivamente não é o fator mais importante. Segundo os profissionais, uma máquina com resolução de 5 Mpixels a 7 Mpixels é suficiente para ótimas fotos. "Acima disso, [as câmeras] já são lentas, dão aquela travadinha. Você bate a foto e tem que esperar processar para bater outra", diz Clóvis Miranda, repórter-fotográfico do jornal "A Crítica", vencedor do Prêmio Esso de fotografia.
Outra opinião em consonância foi em relação ao flash. Todos os fotógrafos ouvidos disseram que evitar o uso do flash melhora sensivelmente a qualidade das imagens, principalmente em ambientes escuros. Bob Wolfenson diz que, em vez de usar o flash, "é bom trabalhar com o ISO [DIN ou ASA, em algumas câmeras]. A maioria das máquinas atuais tem esse recurso".
Aumentar o ISO aumenta a sensibilidade de registro da câmera. A dica de Camila Butcher é "sempre tentar fotografar com luz natural, usar o flash só em último caso".
Mas um macete bacana é usar o flash em ambientes muito claros, como numa praia -o que vai contra o senso comum, que prega o flash ligado de noite e desligado de dia. André Schiliró aconselha o uso do flash sob sol forte.
"É bom para atenuar as sombras e reduzir prováveis manchas escuras", diz ele.
Em outros pontos, há opiniões divergentes. Há aqueles que pregam o uso do visor ótico para melhor compor uma foto. Outros não veem problema em visualizar a cena pela telinha.
A mensagem que sobressai das dicas dos profissionais é que não há uma fórmula única de fazer boas fotos. O ato de fotografar depende da sensibilidade, da criatividade e da concentração de cada um.
Bob Wolfenson sintetiza o sentimento geral entre seus pares: "Não é o equipamento que faz a foto. É uma conjunção de fatores, e os mais importantes são as ideias do fotógrafo. O fotógrafo tem que impor sua personalidade à foto, buscar seu próprio caminho. A personalidade do fotógrafo tem de sobressair."

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